30 de junho de 2017

EMOÇÃO...



Edna Encontrarte



  
Vivemos uma herança que nos marcou significativamente: o predomínio da razão sobre a emoção.

Desde que Descartes formulou o “Penso, logo existo...” o sentir foi relegado a segundo plano.

É muito comum ver as pessoas fugindo de suas emoções... Fogem tanto que chegam a não mais reconhecê-las.

O território da razão parece ser devidamente mapeado... tudo é lógico, seguro, previsível. Com a emoção isso não acontece: é tudo instável, flutuante, às vezes até ameaçador...

A razão é como uma comida com pouco tempero, não há surpresas. Ao contrário, a emoção é como uma iguaria com temperos exóticos, de sabor desconhecido.

Quando a emoção nos toma de assalto, deixa o registro de momentos especiais, sempre lembrados como algo que valeu a pena ter sido vivido, mesmo que tenha sido assustador... Mas e a calmaria que a razão nos oferece?

Nós, os seres humanos, temos a mania da exclusão: ou razão... ou emoção. Talvez devêssemos  experimentar o que Carl Gustav Jung nos propõe: a harmonização dos opostos. Não mais aquela vivência capenga de uma ou outra coisa, mas sim a integração, a completude: razão e emoção juntas, complementando-se e permitindo vivências mais inteiras, enriquecidas em seu significado, sem deixar nada de fora, abrangentemente plenas...


Lembro dos tempos de faculdade de Letras, onde estudávamos na cadeira de Literatura Francesa o contraste entre as obras de Corneille, o racional, e Racine, o apaixonado. Ambas belíssimas, mas cada qual com uma visão diferente de mundo. Naquele tempo eu era mais Corneille... 

Hoje, fazendo uma retrospectiva da minha vida, vejo que foram os momentos de turbulência emocional, mais Racine, que me desafiaram a crescer. No previsível, só a mesmice do que já era sabido...

EMOÇÃO

Mandala Vibração criada com a palavra EMOÇÃO... algo a resgatar sempre...








27 de junho de 2017

CURAR

Mandala Vibração criada com a palavra CURAR, necessidade de todos nós...



Edna Encontrarte

NÃO SE ACOSTUME COM O QUE NÃO O FAZ FELIZ...



          "Não se acostume com o que não o faz feliz,
                     revolte-se quando julgar necessário.
          Alague seu coração de esperanças,
                     mas não deixe que ele se afogue nelas.
          Se achar que precisa voltar, volte!
          Se perceber que precisa seguir, siga!
          Se estiver tudo errado, comece novamente.
          Se estiver tudo certo, continue.
          Se sentir saudade, mate-a.
          Se perder um amor, não se perca!
          Se o achar, segure-o!"

                                                                                    Fernando Pessoa







O genial poeta português, com seus heterônimos, nos legou muito a pensar...

Quantas vezes seguimos pela vida em eternas repetições, sem querer mudar nada, sem ousar, sem experimentar o diferente. Às vezes não admitimos nem mesmo parar para perguntar se estamos felizes. O medo de descobrir que não estamos nos congela em uma rotina que pode se repetir interminavelmente sem que nada de novo seja tentado.

Parece que gostamos de certezas... que não queremos correr riscos... nem mesmo o risco de encontrar algo melhor... ou pior... e ter que mudar outra vez...

Eu me espanto com as pessoas que moram há cinquenta anos no mesmo lugar sem nem ao menos arriscar uma decoração diferente, um novo quadro na parede, um novo jogo de lençóis, uma outra cor nas paredes, uma nova capa para o sofá, uma receita extravagante, um novo penteado...

Será medo de errar? Será medo de não gostar da nova alternativa? Será receio do julgamento alheio? Ou do seu próprio julgamento? Será desconforto com a opinião do outro sobre nós?

A vida nos dá bastante espaço para experimentações e é uma pena desperdiçar isso com cristalizações. O pior é sentir aquele nosso olhar desconfiado e talvez um pouco ciumento com quem faz uma escolha diferente da nossa.

Para começar talvez valha a pena aprender a não se incomodar tanto com a opinião do outro... Lembro aquela velha historinha do velho, do menino e do burro. Eles sempre recebiam críticas em relação à forma como decidiam seguir pelo caminho...

O velho a pé e o menino sentado no burrico... E eles ouviam: que maldade! O velho, mais cansado, segue a pé e o menino, jovem ainda, vai confortavelmente sentado...

O menino a pé e o velho no burrico... Que horror deixar a criança, tão pequena, seguir a pé...

Os dois, velho e menino, sentados no burrico... Mas vejam só que maldade com o animal que tem que carregar todo o peso...

Os dois a pé puxando o burrico... Que bobagem! Para que ter o animal de carga se não faz uso dele?

Conclusão: muito difícil, talvez até impossível, contentar a todos. Se as pessoas sempre serão capazes de julgar nossas escolhas, por que não escolher o que nos deixa mais felizes? A opinião do outro passa, mas a nossa própria opinião fica conosco e nos faz mais coerentes.


Por isso escolhi estes versos de Fernando Pessoa para colocar na parede do meu consultório. Quem sabe, lendo todo dia várias vezes, eu me sentia mais protegida de encarar o desafio de ser eu mesma. E era muito bom ver que alguns de meus pacientes fotografavam a frase para levar com eles. Essa é a força do semear...

CURAR

Mandala criada sobre a vibração da palavra CURAR...




Edna Encontrarte





CURAR...


É claro que todos gostaríamos de uma vida sem problemas... Mas vida que realmente valha a pena ser vivida não é uma linha reta ou um som monocórdio. É uma linha sinuosa, cheia de altos e baixos, de idas e vindas, de progressos e retrocessos... é uma complexa sinfonia.

Se o fato de termos problemas nos impedisse de ser felizes, não haveria felicidade neste nosso planetinha.

Alguns problemas podem ser superados rapidamente; mas outros nos acompanham por algum tempo e outros ainda ficam conosco por um período relativamente longo... alguns pela vida inteira.

Pensando nisso, talvez seja útil revisitar a definição de cura estabelecida pela Organização Mundial de Saúde. Estar curado é conviver harmoniosamente com as desarmonias físicas, emocionais, mentais e espirituais. Não é fácil... mas é possível...

Vale a pena curar nossos ressentimentos e parar de sofrer por causa deles.

Vale superar padrões inadequados que nos fazem infelizes.

Vale fazer um esforço para pensar positivo e fortalecer nossa fé.

Vale não adiar mais a decisão de evitar o que nos faz mal.

Vale concentrar o olhar no que conquistamos ao invés de focar naquilo que ainda falta.

Vale viver o presente sem lamentar o passado nem se preocupar em demasia com o futuro.

CURAR talvez seja não desprezar nenhuma das nossas experiências e agradecer por todas pois elas nos ajudaram a ser quem somos...

25 de junho de 2017

MUDAR

Mandala Vibração criada com a palavra MUDAR... porque a vida é feita de uma mudança após a outra...

Edna Encontrarte

MUDAR...

A mudança dança com a vida da gente! 

Em um momento aqui, noutro acolá...

O detonador... simples palavras:

_ Vamos mudar de cidade... Você quer vir conosco?

Meia dúzia de palavras e uma centena de desafios, uns mais óbvios, outros sutis, ainda outros que só vão se revelar bem mais adiante, como em uma gincana em que você recebe tarefa após tarefa. Você cumpre uma delas com sucesso e recebe a próxima... Se desistir... nada feito... empaca feito mula teimosa ou medrosa... sei lá!

Hora de se perguntar: o que é verdadeiramente importante, essencial? Resposta fácil: os afetos! Aqueles que Deus colocou em nossa vida por razões maiores; aqueles de quem precisamos e que precisam de nós.

Abrir mão de ver o desabrochar de uma criatura querida é algo irrecuperável e, portanto, imperdível.

Quando se é mais jovem, tudo parece mais fácil. Parece que temos mais coragem ou menos bagagem a deixar para trás. Com o passar dos anos isso muda e requer de nós muito mais empenho e determinação.

Uma grande falta: os amigos! Trocar ideias... ouvir suas vozes... compartilhar sentimentos... testemunhar processos... e, porque não? ... alguns retrocessos ou lentidões...

Aquilo que realmente se leva da vida: tudo que foi vivido, marcas, lembranças, alegrias, tristezas, aprendizado. Fico lembrando Gonzaguinha cantar: viver, valeu! E resolvo brincar com o MUDAR, com palavras e com imagem...

Medite...
Urgências?
Desacelere,
Aquiete-se,
Repense...


Edna Encontrarte


22 de junho de 2017

Sobre recomeçar...


"Recria tua vida sempre, sempre.

Remove pedras

e planta roseiras
e faz doces.
RECOMEÇA!"
- Cora Coralina -


Breve inspiração para novos passos... sempre!

Mandalas Pessoais

Mandalas são símbolos muito antigos de harmonia e centramento encontrados em várias culturas. Para alguns povos, elas possuem um poder de cura.

A Mandala Pessoal é um trabalho criado por mim. O objetivo é representar palavras de forma gráfica, utilizando cores e linhas imaginárias para que essas palavras não fiquem muito explícitas visualmente, mas possam marcar sua presença em um ambiente, personalizando-o.

A Mandala Pessoal tem duas vertentes: a primeira, que eu chamo de Monograma, e a segunda, que eu chamo de Vibrações.

No primeiro caso, são harmonizadas várias repetições das iniciais do nome de uma pessoa ou de um casal, para representar a marca da identidade daquela pessoa ou do par, como se fosse um brasão da pessoa ou da família que está sendo formada. Também pode ser feita com o nome da pessoa.


Edna Encontrarte




No segundo caso é escolhida uma palavra que represente uma qualidade com que a pessoa deseje preencher um ambiente, por exemplo: Amor, Harmonia, Prazer, Sucesso, etc.



Edna Encontrarte

Cada mandala executada com esta técnica é única, não possui similares. Ela foi feita com muito carinho e cuidado e leva meus votos de Paz, Prosperidade e Amor.

contato para encomendas:
edna.encontrarte@gmail.com

Para conhecer algumas mandalas criadas por mim, clique em Ateliê, no alto desta página.

Atendimento terapêutico


Meu trabalho, hoje, segue dois caminhos distintos.

O primeiro é o da psicoterapia com um olhar junguiano, valorizando a linguagem simbólica, o material que emerge do inconsciente, o conhecer-se e o aceitar-se.

O segundo é o do alinhamento energético, através de recursos tais como a cromoterapia e os florais de Bach, buscando o centramento e coerência entre os centros vitais responsáveis pelo pensar, pelo sentir e pelo agir.

Eventualmente realizo trabalhos em grupo, desenvolvendo temas específicos para promover o encontro entre pessoas e o encontro consigo mesmo.


contato:

Sobre mim e meu trabalho


Hoje sou psicóloga com especialização na Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung, e também em Terapias Naturais, Dinâmica de Grupo, Psicodrama e Arteterapia, além de ser facilitadora credenciada do Jogo da Transformação.

Percorri um longo caminho para chegar até aqui...

Originalmente sou formada em Letras – Português/Francês pela UFRJ. Trabalhei no magistério aqui no Rio de Janeiro e também em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde morei por três anos.

Uma inquietação interior, ou como diriam os astrólogos... um trânsito de Saturno, me levou a buscar um novo caminho profissional diametralmente oposto a tudo o que eu havia feito até então, e eu fui trabalhar com Informática, como analista de sistemas na década de 70. Isso me levou de volta aos bancos escolares, para cursar uma nova graduação, desta vez em tecnologia.

Foram muitos anos da minha vida trabalhando com Informática em empresas de grande porte. Mas, dentro de mim, havia uma pergunta: afinal... eu sou de humanas ou de tecnologia?...

Os anos foram passando e eu comecei a sentir um novo impulso de mudança. Começou meio tímido e foi crescendo... A tecnologia não me satisfazia mais... O humano começou a falar mais alto... Resolvi fazer uma formação em Terapias Naturais e uma especialização em Cromoterapia. Depois de dois anos, comecei, então, a viver uma vida dupla: de dia na empresa, com Informática; de noite e nos fins de semana na clínica, trabalhando como terapeuta.

Eu resistia muito a voltar mais uma vez aos bancos escolares, mas acabei decidindo cursar Psicologia. Foi um caminho longo, de muitas sinuosidades, mas posso dizer que, finalmente, faço aquilo que amo. Olhando para trás, percebo que algo esteve presente o tempo todo na minha vida e me ajudou a me manter centrada e não me perder de mim mesma, da minha essência... foi a atividade criativa, trabalhar com as mãos, pintar, bordar, esculpir, recortar, colar, dobrar... atividades abençoadas.